Ócio
Estava há 4 dias vendo a barba crescer em frente ao espelho. Interessante perceber que ela nao cresce por igual e a impressao que se tem de que ela é da mesma cor também é falsa. Aqui apareceram dois pêlos juntos. Ali parece ser um cravo ou quem sabe um passado pó ou gordura que ali pousou, foi cocado e revoltando-se contra o mundo e todas as opinioes públicas de que a crise mundial está baseada em dinheiro, que nao lhe diz respeito, foi ficando ali, envolvendo-se no cotidiano desses quatro dias sem muito movimento e deu, ao nosso querido expectador a deliciosa visao de uma espinha que estava a nascer.
Interessante também perceber que os pensamentos acabam por fugir à mente daquele que dedica muita atencao a uma coisa só, no caso, um pó transformando-se em espinha e embelezando a juventude que já nao passava por esses pêlos há muito tempo. Já as rugas estavam aqui e ali muito presentes. Estranho que por mais velho que estivesse ainda tivesse uma espinha. Estranha sensacao de mocidade, maos e suores que há muito já nao presenciava, via, muito menos sentia. Uma breve virada no espelho para enxergar a dimensao dessa jovialidade que despertava de dentro prá fora contra todos os jornais, notícias, salários, mulher, filhos que empurravam essa juventude que relutava nesse momento por aparecer e fazer-se presente, mostrar-se alegre, colorida... Verdade que um amarelo meio sem vivacidade, rodeado por várias estacas pretas e brancas que mais pareciam pontas de lanca postas e prontas para o ataque contra algo que já nao era mais normal para tamanha vivência e sabedoria.
Uma breve alisada com a ponta dos dedos, um carinho e uma lágrima a uma lembranca ou a um beijo que jamais conseguira repetir ou dar, fosse por nao encontrar a mesma pessoa, fosse por nao ter a mesma aparência e sentimentos... Entao, de dedos juntos em forma de um alicate que tenta extirpar o último prego da madeira que vai virar lenha, fez o amarelo tornar-se vermelho, depois pressionando mais forte, tornar-se transparente, incolor. Só restava uma última dor, aguda, localizada... mas que nao merecia mais atencao. Eram 5.30 da manha de segunda e o feriado já tinha acabado.
Hora de trabalhar.
Interessante também perceber que os pensamentos acabam por fugir à mente daquele que dedica muita atencao a uma coisa só, no caso, um pó transformando-se em espinha e embelezando a juventude que já nao passava por esses pêlos há muito tempo. Já as rugas estavam aqui e ali muito presentes. Estranho que por mais velho que estivesse ainda tivesse uma espinha. Estranha sensacao de mocidade, maos e suores que há muito já nao presenciava, via, muito menos sentia. Uma breve virada no espelho para enxergar a dimensao dessa jovialidade que despertava de dentro prá fora contra todos os jornais, notícias, salários, mulher, filhos que empurravam essa juventude que relutava nesse momento por aparecer e fazer-se presente, mostrar-se alegre, colorida... Verdade que um amarelo meio sem vivacidade, rodeado por várias estacas pretas e brancas que mais pareciam pontas de lanca postas e prontas para o ataque contra algo que já nao era mais normal para tamanha vivência e sabedoria.
Uma breve alisada com a ponta dos dedos, um carinho e uma lágrima a uma lembranca ou a um beijo que jamais conseguira repetir ou dar, fosse por nao encontrar a mesma pessoa, fosse por nao ter a mesma aparência e sentimentos... Entao, de dedos juntos em forma de um alicate que tenta extirpar o último prego da madeira que vai virar lenha, fez o amarelo tornar-se vermelho, depois pressionando mais forte, tornar-se transparente, incolor. Só restava uma última dor, aguda, localizada... mas que nao merecia mais atencao. Eram 5.30 da manha de segunda e o feriado já tinha acabado.
Hora de trabalhar.
Sua producao mais tocante :)
ResponderExcluirParabens! E feliz retorno!